quinta-feira, 22 de abril de 2010

AVALIAÇÃO GASTRONÔMICA PELOS BARES E RESTAURANTES DE GOIÂNIA por EDNA GOMES

Normalmente, vou aos restaurantes sem avisar, para testar o serviço e comida. Meu crivo e exigente, ambos devem ser impecáveis. Assim criei as estrelas, classificando os restaurantes. E preciso que todos os proprietarios fiquem atentos a tudo e que tenham a sensibilidade de perceber que, o que critico é absolutamente democrático. Sem propaganda enganosa. É um meio de o restaurante perceber que o consumidor quando sai de casa com seus amigos, namorado, marido ou esposa, eles querem ser bem atendidos e apreciar uma comida diferenciada. A decoração do ambiente e importante, mas o treinamento de pessoal e a gastronomia tem que ser perfeito.

Nessas minhas andanças fui a um restaurante descolado no setor Bueno. Enquanto estava aguardando uma mesa percebi que a cozinha do restaurante era espetacular toda de vidro e uma cozinha internacional com um toque europeu, os pratos saiam sempre bem elaborados. Percebi um jovem muito inquieto sempre perto do renomado chef Andre Barros. Quando finalmente me sentei pedi a carta de vinho e fiquei observando a atmosfera excelente da cozinha. Resolvi fazer meu pedido e perguntei ao maitre se tinha sugestão do chef naquela noite este me informou que sim e logo em seguida surgiu a minha mesa o sous-chef Paiva Neto. Logo de imediato percebi que ele tem uma abertura para perceber que a cozinha é uma invenção diária, onde é necessária até alguma alquimia. Com a sua ajuda escolhi o meu prato: Spaghetti de camarões com molho tailandês. Neste prato ele explorou texturas diferentes, o mais incrível foi a união de vários sabores: o amargo, o salgado, o doce e o picante. As lascas de coco estalando na boca é uma sensação única. O que mais me deixou feliz foi o tratamento que ele dispensava a todos os clientes e sem saber quem eu era. Perguntei-lhe porque queria seguir a gastronomia Tailandesa e este me disse que cerca de noventa por cento da população deste país professa o budismo, uma religião que prega a vida em sintonia com a natureza e que, ao chegar à mesa, se inclina claramente para o lado dos chamados pratos vegetarianos, protagonizados pela ampla e sugestiva produção de frutas, verduras e legumes do país.

Importante também conhecer a riqueza das variações regionais da culinária tailandesa. Entre pratos exóticos e lugares remotos revelam uma sociedade multifacetada, com tradições locais muito definidas tornando uma viagem de descoberta e rica em sabores.

Uma reunião de influências da culinária indiana e chinesa, por vezes temperada com a presença de algumas lembranças de cozinhas ocidentais, mas fundamentada nos sólidos princípios culinários de um povo que cultua a natureza. Essa cozinha assenta-se sobre quatro pilares essenciais: o arroz, as massas em fio, as frutas, legumes as especiarias, molhos e ervas aromáticas.

A cozinha tailandesa converte-se numa explosão de aromas, cores e sabores. É como um redemoinho que transforma a mesa num mar de sensações: o ardor disfarçado da malagueta, o frescor da lima-kafir , o exotismo do gengibre, o sugestivo jogo de sabores das frutas tropicais, utilizadas em boa parte dos pratos, faz de cada garfada um momento exclusivo.

Adepto de uma cozinha minimalista, Paiva diz que isso seria uma de suas razões pela forte admiração da cozinha oriental, em particular a Tailandesa. As receitas são de simples preparo com resultados que impressionam o olhar e o paladar.

Explorando texturas diferentes com um toque contemporâneo na apresentação de suas iguarias, o resultado final é uma surpresa agradável de sabor ,visual e uma experiência extra-sensorial.

Edna Gomes